quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Processo de Aquisição da Linguagem pelos sujeitos surdos


Um professor dos Estados Unidos chamado Noam Chomsky, expôs suas idéias acerca do conhecimento linguístico inato, o que chamamos de Teoria Inatista, ainda hoje muitos pesquisadores do mundo todo desenvolvem pesquisas linguísticas inspiradas nessa proposta inatista. Mas, a linguagem humana a que Chomsky se refere não é um objeto concreto no mundo, mas algo que existe em nosso cérebro. Outra Teoria denominada de Teoria de Princípios e Parâmetros (TPP), proposta por Chomsky e Lasnik, proprõe que existe uma estado inicial, chamdo de So, que é comum a todas as crianças. Este estado inicial é a Gramática Universal (GU). Segundo esses autores, de forma resumida, toda criança, aí podemos dizer, seja ela surda ou ouvinte, possui uma capacidade para adquirir uma linguagem, seja linguagem falada ou sinalizada, pois o cérebro já possui uma GU.


Partindo dessas idéias de Chomsky, quero esboçar os estagios da aquisição da linguagem fazendo um paralelo entre a criança surda e a criança ouvinte:


Quadros, em seu livro sobre: Teoria de Aquisição da Linguagem subdividiu tais estágios em dois períodos: Período pré-linguistico e período linguístico. Esboçarei o período pré linguístico.


1. Período pré linguistico:

Nos primeiros anos de vida, o bebê produz sons que não apresentam nenhum significado. No entanto, desde os três dias de nascimento o bebê já diferencia sons. Esses sons, que os linguistas denominam de "balbucio", apresentam uma organização progressiva. Inicia-se com vogais anteriores e consoantes guturais e, somente por volta dos seis meses, o padrão silábico do balbucio passa a ter uma organização CV, ou seja, consoante -vogal, e a criança passa a usar sílabas duplicadas e articular consoantes anteriores "p,m,b ( por exemplo: bububu, papapa, dadada). Independentemente do ambiente e das linguas com que os bebês estejam em contato, todas as crianças produzem o balbucio, ou seja, ele é um comportamento interno e não uma resposta aos estimulos externos. Por volta dos dez meses, o balbucio apresenta um padrão diferenciado, uma vez que os bebês passam a selecionar os sons usados em seu ambiente linguisticos. Quando finalmente utilizam os sons da língua a que estão expostos, entram na fase de produção de jargões, ou seja, produzem sons combinados, sem estrutura de palavra, mas que possuem o contorno melódico da língua materna, passando a produzirem enunciados como se conversassem com alguém.


E em bebês surdos?


Petitto e Marentette (1991) realizaram um estudo sobre o balbucio em bebês surdos e bebês ouvintes, no mesmo período de desenvolvimento (desde o nascimento até por volta dos 14 meses de idade), verificaram que o balbucio é um fenômeno que ocorre em todos os bebês, sejam eles ouvintes ou surdos, como fruto da capaciadade inata para a linguagem. Quadros constata que tal capaciade inata é manisfesta não só através de sons, mas também por meio de gestos.


Nos bebês surdos foram detectadas duas formas de balbucio manual: o silábico e a gesticulação. O balbucio silábico apresenta combinações que fazem parte do sistema fonético das línguas de sinais, ao passo que a gesticulação não apresenta organização interna. Os dados apresentam um desenvolvimento paralelo do balbucio oral e do balbucio manual. Petitto e Marentettem afirmam que os bebês surdos e ouvintes apresentam os dois tipos até um determinado estágio e , a partir de então, desenvolvem o balbucio da sua modalidade de lingua. Segundo elas, é por isso que os estudos afirmam que as crianças surdas balbuciamvam (oralmente) até um determinado período. As vocalizações são interrompidas nos bebês surdos assim como as produções manuais são interrompidas nos bebês ouvintes, pois o input, ou seja, as influências linguisticas externas, favorece o desenvolvimento de um dos modos de balbuciar.



Tais conhecimentos se tornam relevantes para nós interpretes de ministério com surdos pois, fazer parte de um ministério não é apenas interpretar cultos, mas também, devemos buscar conhecimentos na área da surdez que com certeza nos auxiliará em nossa interpretação. Acredito que o intérprete não deve apenas aprender sinais isolados, é preciso ter um conhecimento do todo, quero dizer, aprender de tudo o que pudermos nesta área. Deus quer mais de você amigo intérprete! Que o Senhor Jesus nos abençoe nos dando mais conhecimento!

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Veio da França.......



Foi da França que saiu o professor surdo Eduard Huet, que veio para o Brasil, especificamente para o Rio de Janeiro, em 1855 com o objetivo de fundar a primeira escola de surdos no Brasil. Huet trouxe uma carta de recomendação de seu projeto elaborada pelo ministro de instrução pública da França, e essa carta, depois de passar nas mãos do ministro da França no Brasil Saint Georg, foi encaminhada ao Marquês de Abrantes que a levou às mãos de Dom Pedro II. “O imperador do Brasil demonstrou total apoio para que o projeto se consolidasse”.


O Instituto de Surdos tem como data oficial de fundação o dia 26 de setembro de 1857, no estado
do Rio de Janeiro. Seu primeiro nome foi Colégio Nacional para Surdos- Mudos (1856-1857), depois chamado sucessivamente de: Instituto Imperial para Surdos- Mudos (1857-1858), Instituto para Surdos-Mudos (1858-1874), Instituto dos Surdos- Mudos (1877-1890), Instituto Nacional de Surdos Mudos (INSM/1890-1957), e finalmente recebeu o nome que continua até os
dias atuais que é o Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES/1957-2009).


Essa instituição que sempre esteve ligada ao império brasileiro não perdeu o vinculo quando o Brasil sofreu a transição de império para república, mantendo-se ligada ao governo federal até os
dias de hoje. Huet ficou na direção deste instituto até o final do ano de 1861, onde foi o primeiro e
único surdo a assumir esse posto. Visto que Huet era oriundo da escola francesa que adotava o método combinado, aplicou essa mesma metodologia aos surdos brasileiros. Solange Rocha nos mostra algumas questões que dificultaram, pelo menos nos primeiros anos, o desenvolvimento do instituto. Diz ela: “A novidade de um estabelecimento escolar para educandos surdos, numa organização social que sequer os reconhecia como cidadãos e com o agravante do responsável ser também uma pessoa surda, dificultou o aparecimento de alunos candidatos” .


A sociedade brasileira não via os surdos como cidadãos, e a fundação de uma instituição que atendesse a esse grupo de pessoas parecia que não fazia muito sentido para a população daquela época. O mais agravante é que o próprio diretor da escola era surdo, o que dificultou o desenvolvimento do trabalho, não por falta de capacidade de Huert, mas por falta de crédito por parte das pessoas. Mas apesar das grandes dificuldades que se enfrentaram no início do instituto, ele se manteve de pé e desenvolvendo com o passar dos tempos, e tudo graças à força de vontade que levou Huert e esposa a deixarem a França e darem uma oportunidade aos surdos brasileiros através do instituto dos surdos por eles implantado.


Não se tem relatos sobre a história dos surdos antes da fundação do INES e por esse motivo pode-se dizer que a implantação dessa instituição é um marco da história dos surdos brasileiros. Não se pode falar de história dos surdos brasileiros sem se falar sobre essa centenária instituição, que completou 150 anos em 2007.

Desde que Huet deixou a direção do instituto, muitos assumiram esse cargo, cerca de 28 diretores até 2009, e em cada gestão se utilizavam metodologias diferentes. Diversas são as crises que essa instituição já teve que enfrentar, visto que a maioria dos seus diretores não eram profissionais habilitados na área da educação de surdos. Várias foram as metodologias aplicadas, e quem mais sofria eram os surdos, e esse sofrimento era causado pela falta de preparo por parte dos líderes daquela instituição quanto a questão da surdez. É necessário que se deixe claro que a corrente metodológica que mais influenciou a prática pedagógica no INES foi a oralista, e isso prejudicou muito os surdos brasileiros de uma forma geral. É necessário que se entenda que a língua de sinais sempre esteve presente no instituto de surdos, pois essa sempre foi a forma dos surdos se comunicarem, mesmo que os diretores daquela instituição não aceitassem isso e tentassem reprimi-los quanto à utilização dessa língua. Eles a conheciam e compartilhavam entre si, porém, antes da década de 80, essa língua era utilizada apenas nos bastidores, pois ainda não fazia parte do projeto pedagógico da instituição. Apesar de no ano de 1901 ter culminado uma grande repressão quanto à utilização da língua de sinais, época em que a concepção oralista ganha força na instituição por influência do congresso de Milão de 1880 quando se decidiu que todas as escolas de surdos deveriam utilizar o método oral.


Os surdos continuaram se comunicando, meio que clandestinamente, através da língua de sinais. Sendo o INES uma instituição que atendia as pessoas surdas de todo o Brasil, os surdos que estudaram ali aprendiam uma língua de sinais, e quando voltavam para suas cidades, ensinavam os outros surdos. Por esse motivo que a língua de sinais e sua gênese, em certo sentido, esta muito atrelada á história do INES.


Dentre os diretores que o INES já teve, é importante destacar uma mulher que modificou toda a história deste instituto: foi a professora e fonoaudióloga Lenita de Oliveira Vianna. Ela Assumiu a
direção do instituto no ano de 1985, onde foi recebida com grande alegria pelos professores e funcionários, pois era a primeira diretora especializada na área de surdez. Várias foram as conquistas que Lenita alcançou na sua gestão, e uma das principais foi a criação da PAE (Pesquisa Alternativas Educacionais Aplicadas à Educação dos Deficientes da Audição). Foi a partir dessas pesquisas que a língua de sinais passou a fazer parte do projeto pedagógico do instituto.


Desde a aceitação da língua de sinais na metodologia pedagógica do INES, um novo caminho começou a ser trilhado na história dos surdos brasileiros, e principalmente dos surdos do estado do Rio de Janeiro, local onde se encontra a instituição. Passou-se a respeitar o individuo surdo a partir da sua cultura e modo de apreender o mundo, ou seja, através da visão.


Atualmente o Brasil está vivendo um estado de transição quanto ao reconhecimento das culturas e comunidades surdas. Muitas têm sido as vitórias que os surdos têm alcançado nestes últimos anos, porém, ainda existe muita coisa a ser feita e conquistada. Os ouvintes de uma forma geral precisam se libertar de todo preconceito que por vários séculos oprimiu e marginalizou os surdos, fazendo com que eles possam ser incluídos integralmente na sociedade. O mesmo vale para os surdos, que às vezes se fecham tanto que fica impossível existir essa inclusão, ou melhor, esse viver junto com os diferentes. As mudanças que as culturas e comunidades surdas têm sofrido nos últimos anos são resultados das ações realizadas pelas associações e federações dos surdos, que têm lutado pelos direitos desse grupo, como é o caso da Federação Nacional de Educação e Integração de Surdos (FENEIS) . Fundada em 1987, essa federação tem sido a responsável por várias conquistas dos direitos dos surdos, como por exemplo, o reconhecimento da LIBRAS como língua oficial dos surdos brasileiros. E essa foi sem dúvida a maior conquista na historia dos surdos. "Língua Oficial da Pessoa Surda, com a publicação da Lei nº 10.436, de 24-4-2002 e a Lei nº 10.098, de 19-12-2002". A conquista deste direito traz impactos significativos na vida social e política da Nação brasileira.


Sabendo-se que quase todos os relatos sobre a história dos surdos foram escritos pelos ouvintes, muita coisa pode ter ficado em oculto, ou seja, é possível que os surdos tenham tido uma história muito mais dolorosa do que os livros contam. Owen Wrigley diz que “esta história dos surdos é uma decepção, simplesmente reinvocando e reescrevendo a dominação e a exclusão que têm mais frequentemente sido conhecidas como A crítica que Wrigley está fazendo a história dos surdos é muito pertinente, pois diz respeito ao cerne de todo o problema, isto é, a visão preconceituosa que os ouvintes, autores da história dos surdos, tinham e continuam tendo sobre os surdos. Apenas reescrever essa história não tem nenhuma relevância segundo Wrigley, pois nada é transformado. O que se deve fazer é pensar na história sofrida dos surdos e buscar escrever uma nova história junto com os surdos, um processo em que os próprios possam interferir. O que já sucedeu não pode ser transformado, mas as coisas que estão para acontecer podem ser modificadas, isto é, não se pode transformar o passado, mas se pode construir um presente melhor e acredito que o desenvolvimento da história dos surdos está nos levando à isso.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Deus tem sido muito bom com a gente...


Queridos no último fim de semana estivemos envolvidos em uma grande celebração de gratidão a Deus pelos 17 anos da nossa amada IBACEN. Que culto maravilhoso! E quantas surpresas que alegraram nossos corações. Ao olharmos para trás e vermos que desses 17 anos de IBACEN, nós do ministério com Surdos já estamos há 7 anos servindo a Deus neste ministério que nasceu no coração de Deus e no coração da IBACEN ficamos muito alegres em Deus. Então nossas palavras são de gratidão primeiramente a Deus e também a você IBACEN por apoiar e sonhar com a gente. Obrigada IBACEN pelo investimento, pelo tempo dedicado, pela paciência, pela cobertura espiritual e principalmente pelo pastoreio. Não temos o que reclamar, Deus nos deu uma igreja calorosa que tem sonhado conosco. Sonhado com uma igreja bilíngue e inclusiva; Deus nos deu um Pastor que sonha conosco mesmo que alguns de nossos sonhos pareçam distantes; Deus nos deu pessoas que são servas de Cristo, é verdade que muitas já vieram e se foram deixando saudades, porém, Deus sempre esteve sustentando este ministério mesmo nos maiores desertos. Os sonhos de Deus não podem morrer como já disse o cantor.

Temos um grande desafio como ministério com surdos implantado em Angra dos Reis, a frieza espiritual na comunidade surda ainda é muito grande, urge um clamor para que o fogo do Espírito desperte os adormecidos do Senhor, o que conforta nossos corações é saber que "Deus tem muitos surdos nesta cidade!" Por isso IBACEN, fica nossa gratidão a você, que apoia, investe e chora com a gente. Em nosso culto louvamos a Deus junto com o ministério de Dança com uma música do cantor Fernandinho que é uma profecia para você IBACEN amada: "Grandes coisas estão por vir...Grandes coisas vão acontecer neste lugar..." O profeta Isaías completa nossas palavras:


"Não vos lembreis das causas passadas nem considerais as antigas, eis que faço uma coisa nova, não a percebeis? Eis que porei um caminho no deserto, e rios no ermo" Isaías 43.18-19


Não temos dúvidas alguma: Deus tem sido muito bom com a gente!!!! Parabéns IBACEN e obrigado por você existir em nossas vidas.


quarta-feira, 30 de setembro de 2009

História dos surdos através dos tempos (parte 3)


OS SURDOS ATÉ O SECULO XX
O ano de 1880 foi o clímax da história dos surdos, que adicionou a força de um lado de muitos períodos de duelos polêmicos de opostos educacionais: a língua de sinais e o oralismo. Em 1880 foi realizado um Congresso Internacional de Professores de Surdos em Milão, Itália, para discutir e avaliar a importância de três métodos rivais: língua de sinais, oralista e mista (língua de sinais e o oral). Os temas propostos foram: vantagens e desvantagens do internato, tempo de instrução, número de alunos por classe, trabalhos mais apropriados aos surdos, enfermidades, medidas, medidas curativas e preventivas, etc. Apesar da variedade de temas, as discussões voltaram-se às questões do oralismo e da língua de sinais.
Nenhum outro evento na historia dos surdos teve um impacto maior na educação de povos surdos como este que provocou uma turbulência séria na educação que arrasou por mais de cem anos nos quais os sujeitos surdos ficaram subjugados ás práticas ouvintistas, tendo que abandonar sua cultura, a sua identidade surda e se submeteram a uma ‘etnocêntrica ouvintista’, tendo de imitá-los.
O Congresso de Milão, em 1880, foi um momento obscuro na História dos surdos, lá um grupo de
ouvintes, tomou a decisão de excluir a língua gestual do ensino de surdos, substituindo-a pelo oralismo, o comité do congresso era unicamente constituído por ouvintes. Em consequência disso, o oralismo foi a técnica preferida na educação dos surdos durante fins do século XIX e grande parte do século XX.
O Congresso durou 3 dias, nos quais foram votadas 8 resoluções, sendo que apenas uma (a terceira) foi aprovada por unanimidade. As resoluções são:
1. O uso da língua falada, no ensino e educação dos surdos, deve preferir-se à língua gestual;
2. O uso da língua gestual em simultâneo com a língua oral, no ensino de surdos, afecta a fala, a leitura labial e a clareza dos conceitos, pelo que a língua articulada pura deve ser preferida;
3. Os governos devem tomar medidas para que todos os surdos recebam educação;
4. O método mais apropriado para os surdos se apropriarem da fala é o método intuitivo (primeiro a fala depois a escrita); a gramática deve ser ensinada através de exemplos práticos, com a maior clareza possível; devem ser facultados aos surdos livros com
palavras e formas de linguagem conhecidas pelo surdo;
5. Os educadores de surdos, do método oralista, devem aplicar-se na elaboração de obras específicas desta matéria;
6. Os surdos, depois de terminado o seu ensino oralista, não esqueceram o conhecimento adquirido, devendo, por isso, usar a língua oral na conversação com pessoas falantes, já que a fala se desenvolve com a prática;
7. A idade mais favorável para admitir uma criança surda na escola é entre os 8-10 anos, sendo que a criança deve permanecer na escola um mínimo de 7-8 anos; nenhum educador de surdos deve ter mais de 10 alunos em simultâneo;
8. Com o objectivo de se implementar, com urgência, o método oralista, deviam ser reunidas as crianças surdas recém admitidas nas escolas, onde deveriam ser instruídas através da fala; essas mesmas crianças deveriam estar separadas das crianças mais avançadas, que já haviam recebido educação gestual, afim de que não fossem contaminadas; os alunos antigos também deveriam ser ensinados segundo este novo sistema oral.
Uma década depois do Congresso de Milão, acreditava-se que o ensino da língua gestual quase tinha desaparecido das escolas em toda a Europa, e o oralismo espalhava-se para outros continentes.
Durante o século XX, em resultado da evolução nos campos da tecnologia e da ciência, particularmente no campo da surdez, a educação dos surdos passou a ser dominada pelo oralismo
(que encara a surdez como algo que pode ser corrigido). No entanto, sem a cura da surdez os insucessos do oralismo começaram a ser evidenciados, pois os surdos educados no método não os
ajudava a conseguir um emprego, comunicar com ouvintes desconhecidos ou manter uma conversa bem sucedida.
Entretanto, surge o primeiro aparelho auditivo, em 1898. Na Antiguidade, os aparelhos usados eram cornetas, ou tubos acústicos, mas a ampliação electrónica começou com Bell, em 1876, quando inventou o telefone com a intenção de amplificar o som para a sua esposa e mãe, ambas surdas.
Essa ideia que é concretizada em 1900, em Viena, por Ferdinand Alt. Só em 1948 surgem aparelhos com pilhas incorporadas e em 1953 começou a ser usado o transístor em próteses. Em 1970 aparecem as primeiras tentativas de implantação coclear. Esse tipo de implante sempre gerou muita controvérsia nas comunidades surdas em todo o mundo. Os argumentos a favor do implante resumem-se ao acesso à língua oral, na idade crítica de aquisição, que a cirurgia é simples e segura e com a possibilidade de proporcionar à criança de ter uma vida social com som, e não com deficiência. No entanto, a comunidade surda, como um todo, é contra a implantação coclear em crianças surdas, antes da aquisição da linguagem. Pensa a comunidade que obrigar a criança surda a ser ouvinte, mesmo não sendo, influencia outros a negligenciar necessidades e meios de apoio à deficiência. Muitos médicos recomendam que o implante coclear seja acompanhado com a língua gestual, especialmente nos primeiros anos da criança, afim de assegurar o pleno desenvolvimento cognitivo da criança. Segundo fontes médicas, os riscos do implante coclear incluem: infecção, vertigem, estimulação retardada, forte exposição a campos magnéticos, necessidade de acompanhamento médico por toda a vida.
Em 1920, antes da chegada dos nazista ao poder, surgiu nos EUA e na Alemanha um movimento da comunidade médica, com apoio das sociedades em questão, em prol da esterilização de doentes mentais e psicopatas criminosos (na Alemanha este movimento ficou conhecido como higiene racial). Em 1933, com a chegada dos nazistas ao poder, este movimento teve suporte político. Nesse mesmo ano, na Alemanha, foi aprovada uma lei para esterilizar as pessoas portadoras de doenças genéticas transmissíveis, incluindo a surdez. Na época, Berlim continha cerca de vinte e cinco comunidades de Surdos.
Em Junho de 1933, o jornal alemão mencionou o primeiro Surdo a pertencer às S.A. e uma unidade militar composta dos Surdos; um ano mais tarde, esta unidade foi dissolvida, sob pretexto de que o grupo não reunia o perfil da imagem do nazismo ideal. Dados comprovam que, em 1937, 95% das crianças surdas pertenciam à juventude hitleriana, tendo a letra G (em alemão, inicial de gehoerlosan) marcada no ombro do casaco. Posteriormente, assim que começou a guerra, a Alemanha passou da esterilização para a eutanásia, tanto por razões económicas, como por razões ideológicas. Em 1941, era comum o uso de eutanásia nos hospitais, onde eram mortos bebés com deficiência, incluindo surdos. Posteriormente, tornou-se comum a prática do aborto, que era aplicada quando se suspeitava que os fetos poderiam ter deficiências congênitas, ou qualquer tipo de doença, como no caso da surdez. Poucos surdos escaparam, sobrevivendo em guetos e nos campos de concentração na Alemanha, Polónia e Hungria.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

CONVITE ESPECIAL


Querido (a), no dia 26/09 é o dia nacional do Surdo. Nós do ministério com surdos IBACEN convidamos você a nos unir em oração. Estaremos reunidos como igreja em uma tarde de oração pela vida dos surdos do Brasil. Seja onde você estiver, não deixe de clamar pela salvação dos surdos brasileiros. Você que mora perto da IBACEN desafio você a estar conosco no dia 26/09 ás 15h para levantarmos um clamor a Deus para que ele manifeste sua glória entre os Surdos do Brasil.

Seja onde você estiver, vamos romper as barreiras geograficas e estarmos juntos em oração por esta causa!


" Busquei entre eles um homem que levantasse o muro, e se pusesse na brecha perante mim por esta terra, para que eu não a destruísse, mas a ninguém achei"

Ezequiel. 22.30

HISTÓRIA DOS SURDOS ATRAVÉS DOS TEMPOS (parte 2)



OS SURDOS NA IDADE MODERNA


“Foi na Idade Moderna que se distinguiu, pela primeira vez, surdez de mudez. A expressão
surdo-mudo, deixou de ser a designação do Surdo”


Na época moderna, ou Idade Moderna, quando o Renascimento busca resgatar os princípios que a Idade Média destruiu, a visão humanista que esse período apresenta viabiliza a libertação, em certo sentido, da pessoa surda. Antes eles eram vistos como seres castigados pelos deuses, e agora são pessoas que têm o direito a uma cidadania através da educação e socialização. Eram condenados à fogueira, agora são socializados. Não resta dúvida de que aconteceu uma mudança considerável nessa visão moderna, mas não se pode esquecer que o surdo ainda continua a sofrer por causa da sua cultura, que não foi aceita de maneira integral pelos teóricos desse período.


Antes o surdo não era considerado uma pessoa, agora existe a possibilidade de ele se tornar uma, desde o momento em que se transforme em um “ouvinte”, seja através da sua língua de sinais ou não. Vejamos alguns alguns teóricos desta época, seus pensamentos e práticas sobre as culturas surdas. Antes desse período, não há relato de ninguém que tenha se interessado pela causa dos surdos e isso certamente está ligado à visão renascentista predominante. Algo interessante que precisa ser frisado é que a história dos surdos, a partir deste período, sempre esteve vinculada à educção. A maioria dos livros que fala sobre os surdos e sua história segue a linha da pedagogia, ou seja, da ação educacional realizada com essas pessoas.


Um breve histórico dos principais teóricos:


a) PEDRO PONCE DE LEÓN
Pedro Ponce de León inicia, mundialmente, a história dos Surdos, tal como a conhecemos hoje em
dia. Para além de fundar uma escola para Surdos, em Madrid, ele dedicou grande parte da sua vida a ensinar os filhos Surdos, de pessoas nobres, nobres esses que de bom grado lhe encarregavam os filhos, para que pudessem ter privilégios perante a lei (assim, a preocupação geral em educar os Surdos, na época, era tão somente econômica). León desenvolveu um alfabeto manual, que ajudava os Surdos a soletrar as palavras (há quem defenda a ideia de que esse alfabeto manual foi baseado nos gestos criados por monges, que comunicavam entre si desta maneira pelo facto de terem feito voto de silêncio). Nesta época era costume que as crianças que recebiam este tipo de educação e tratamento fossem filhas de pessoas que tinham uma situação económica boa. As demais eram colocadas em asilos com pessoas das mais diversas origens e problemas, pois não se acreditava que pudessem se desenvolver em função da sua "anormalidade".


b ) JUAN PABLO BONET , aproveitando o trabalho iniciado por León, foi estudioso dos Surdos e
seu educador. Escreveu sobre as maneiras de ensinar os Surdos a ler e a falar, por meio do alfabeto manual. Bonet proibia o uso da língua gestual, optando o método oral.


c ) JOHN BULWER , médico inglês, acreditava que a língua gestual deveria possuir um lugar de
destaque, na educação para os Surdos; foi o primeiro a desenvolver um método para comunicar com os Surdos. Publicou vários livros, que realçam o uso de gestos.


d ) JOHN WALLIS (1616-1703), educador de Surdos e estudioso da surdez, depois de tentara
ensinar vários Surdos a falar, desistiu desse método de ensino, dedicando-se mais ao ensino da
escrita. Usava gestos, no seu ensino.


e ) KONRAH AMMAN , foi defensor da leitura labial, já que considerava que a fala era uma dádiva de Deus que fazia com que a pessoa fosse humana (não considerava os Surdos que não falavam como humanos). Amman não fazia uso da língua gestual, pois acreditava que os gestos atrofiavam a mente, embora os usasse como método de ensino, para atingir a oralidade.


f) CHARLES MICHEL DE L`ÉPÉE nascido em 1712, ensinava, numa primeira fase, os Surdos, por motivos religiosos. Muitos o consideram criador da língua gestual. Embora saibamos que a mesma já existia antes dele, L'Épée reconheceu que essa língua realmente existia e que se desenvolvia (embora a não considerasse uma língua com gramática). Os seus principais contributos foram:
• criação do Instituto Nacional de Surdos-Mudos, em Paris (primeira escola de Surdos do mundo);
• reconhecimento do Surdo como ser humano, por reconhecer a sua língua;
• adopção do método de educação colectiva;
• reconhecimento de que ensinar o Surdo a falar seria perda de tempo, antes que se devia ensinar-lhe a língua gestual.


g ) JACOB RODRIGUES PEREIRA , educador de Surdos que usava gestos mas sempre defendeu
a oralização dos Surdos. Nunca publicou nenhum dos seus estudos.


h) THOMAS BRAIDWOOD, fundou uma escola de Surdos, em Edimburgo (a primeira escola de
correcção da fala da Europa).

i) SAMUEL HEINICKE, ensinou vários Surdos a falar, criando e definindo o método hoje
conhecido como Oralismo.

j ) R OCH-AMBROISE CUCURRON SICARD foi um abade francês, famoso pelo seu trabalho
como educador de Surdos; Sicard fundou a escola de Surdos de Bordéus, em 1782, posteriormente sucedeu a L'Épée, como director do instituto criado pelo mesmo, também apoiou a criação de vários institutos de surdos em todo o país.

k ) PIERRE DESLOGES , francês, tornou-se surdo aos 7 anos, devido à varíola, foi defensor da
língua gestual, tendo sido autor do primeiro livro publicado por um surdo, onde revelava a sua
indignação contra as ideias do Abade Deschamps, que havia publicado um livro que criticava a
língua gestual. Desloges, a esse respeito, declarou o seguinte: ”Tal como o francês vê a sua língua
desvirtuada por um alemão que apenas conhece algumas palavras da língua francesa, penso que
devo defender a minha língua contra as acusações falsas deste autor”. Desloges, em seu livro, defende a ideia de que a língua gestual (Antiga Língua Gestual Francesa) já existia, mesmo antes do aparecimento das primeiras escolas de surdos, como criação dos surdos e sua língua natural.

l) JEAN ITARD, primeiro médico a interessar-se pelo estudo da surdez e das deficiências auditivas, usava os seguintes métodos nas suas pesquisas: cargas eléctricas, sangramentos, perfuração de tímpanos, entre outras.

m) JEAN MASSIEU foi um dos primeiros professores surdos do mundo.


n) LAURENT CLERC, surdo francês, educador, acompanhou Thomas Hopkins Gallaudet,
educador ouvinte, aos EUA, onde abriram uma escola para surdos, em Abril de 1817, a Escola de
Hartford. Gallaudet instituiu nessa escola a Língua Gestual Americana, passou ainda a seu usado o inglês escrito e o alfabeto manual. Em 1830, quando Gallaudet se reformou, já existiam nos Estados Unidos cerca de 30 escolas para surdos.

o) EDWARD MINER GALLAUDEt, filho de Thomas Gallaudet e também educador de surdos,
lutou pela elevação do estatuto do Instituto de Colúmbia a colégio. Esse colégio deu origem, em
1857, à Universidade Gallaudet, onde foi presidente por 40 anos.

p) HELLEN KELLER, na Alemanha. Hellen ficou cega e surda aos 19 meses de idade, por causa
de uma doença. Aos 7 anos Hellen havia criado cerca de 60 gestos para se comunicar com os
familiares. Anne Sulivan, a professora de Hellen, isolou-a do resto da família, conseguindo assim
disciplinar e ensinar Hellen. Sullivan ensina a Hellen usando o método de Tadona, que consiste em tocar os lábios e a garganta da pessoa que fala, sendo isso combinado com dactilologia na palma da mão. Hellen aprendeu a ler inglês, francês, alemão, grego e latim, através do braile. Aos 24 anos formou-se, em Radcliffe.

Nesse ínterim do desenvolvimento histórico, Alexander Graham Bell, cientista estadunidense,
trabalhava na oralização dos surdos. Casou com uma surda, Mabel. Bell era grande defensor do
oralismo e opunha-se à língua gestual e às comunidades de surdos, uma vez que as considerava
como um perigo contra a sociedade. Assim sendo, Bell defendia que os surdos não deveriam poder casar entre si e deveriam obrigatoriamente frequentar escolas normais, regulares. No entanto, em 1887 Bell, no Congresso de Milão, admitiu que os surdos deveriam ser oralizados durante um ano, mas se isso não resultasse, então poderiam ser expostos à língua gestual. Aqui então, a história dos surdos chegam ao seu climax. Esta luta entre o oralismo e a língua gestual continua até aos nossos dias.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Um pouco sobre a história do Povo Surdo...


HISTÓRIA DOS SURDOS ATRAVÉS DOS TEMPOS (parte 1)

“Identidade é história. Isto nos permite afirmar que não há personagens fora de uma história, assim como não há história (ao menos história humana) sem personagens”. (Ciampa)

Na época do povo Hebreu, na Lei Hebraica, aparece pela primeira vez, referências aos Surdos: “Não amaldiçoarás o surdo, nem porás tropeço diante do cego” . Apesar de o texto bíblico não estar interessado em narrar a história como fatos que ocorreram, pode-se perceber que os surdos de alguma forma faziam parte daquele grupo. Ao analisar o contexto onde este versículo está inserido, percebe-se que o escritor bíblico está tentando passar algumas leis que aquele povo precisava seguir. Quando ele diz para não amaldiçoar os surdos, pode se pressupor que existiam alguns surdos no meio deles, e que talvez estivessem sofrendo algum tipo de agressão. Seria interessante pensar que pelo fato do cego não ver e do surdo não poder ouvir, sofriam tais repressões sem poder se defenderem, e a partir dessa realidade o escritor vê a necessidade de estabelecer uma lei que proibisse a ação amaldiçoadora das pessoas. Este apontamento não pretende fechar a questão sobre essa citação bíblica, mas sim oferecer algumas possibilidades para se entender esse versículo , que é considerado o relato mais antigo sobre a pessoa surda.

OS SURDOS NA IDADE MÉDIA
Relatos históricos mostram que algumas civilizações, como é o caso da grega e da romana, não apenas excluíam o surdo do meio social, mas chegavam ao extremo de condená-los a morte. Não se sabe ao certo com que tipo de surdo isso acontecia, mas acredita-se que isso era condenação a todos os surdos em que a sociedade tomava conhecimento. Na Antigüidade os chineses lançavam-nos ao mar, os gauleses sacrificavam-nos aos deuses Teutates, em Esparta eram lançados do alto dos rochedos. Na Grécia, os Surdos eram encarados como seres incompetentes.
No ano 368 a.C temos um relato que parece valorizar, a forma de comunicação utilizada pelos surdos. Atribui-se ao pensador grego Sócrates, o grande filósofo, a seguinte frase: “Suponha que nós, os seres humanos, quando não falávamos e queríamos indicar objetos, uns para os outros, nós o fazíamos, como fazem os surdos mudos sinais com as mãos, cabeça, e demais membros do corpo”. Sócrates não escreveu uma linha sequer, tudo o que temos sobre esse filósofo foi escrito pelo seu discípulo Platão. Essa frase citada demonstra certo reconhecimento da língua de sinais utilizada pelos surdos, porém fica difícil saber qual o sentido verdadeiro desta citação. Ao mesmo
tempo em que essa frase parece valorizar a língua de sinais, deixa certa dúvida, pois parece que o
filósofo esta comparando a língua de sinais a uma linguagem gestual da infância, podendo-se perceber isso no início da frase. Mas fato é que também na época de Sócrates os surdos estavam
presentes na sociedade, pois um relato como esse não seria inventado sem nenhuma situação real de surdos sinalizando. Sócrates possivelmente deve ter presenciado alguns surdos se comunicando, e a partir daí fez a sua suposição.

Aristóteles (384-322 a.C), filósofo discípulo de Platão que influenciou muito o pensamento moderno, acreditava que era impossível se educar os surdos, pois dizia que era a linguagem que dava condição de humano ao indivíduo. Essa sentença tende a colocar esse sujeito à margem do meio social. Sendo a educação um dos pilares da cultura grega, os surdos neste ambiente estavam fadados à exclusão.
Os Romanos, influenciados pelo povo grego, tinham ideias semelhantes acerca dos Surdos, vendo-o como ser imperfeito, sem direito a pertencer à sociedade, de acordo com Lucrécio e Plínio: "Era comum lançarem as crianças surdas (especialmente as pobres) ao rio Tibre, para serem cuidados pelas Ninfas".
O imperador Justiniano, em 529 a.C., criou uma lei que impossibilitava os Surdos de celebrar contratos, elaborar testamentos e até de possuir propriedades ou reclamar heranças (com exceção dos Surdos que falavam).
Em Constantinopla, as regras para os Surdos eram basicamente as mesmas. No entanto, lá os Surdos realizavam algumas tarefas, tais como o serviço de corte, como pajens das mulheres, ou como bobos, de entretenimento do sultão. A igreja católica até a Idade Média acreditava que os surdos não tinham almas, por isso, não poderiam ser considerados imortais porque esses cidadãos não podiam falar em sacramentos. Santo Agostinho defendia a ideia de que os pais de filhos Surdos estavam a pagar por algum pecado que haviam cometido. Acreditava que os Surdos podiam comunicar por meio de gestos. O surdo foi parar na fogueira pelo fato de carregar consigo demônios amaldiçoadores, ou seja, esses sujeitos precisavam ser eliminados porque eram obras do demônio. Essa visão mística e opressora que as pessoas tinham sobre o surdo, destituía toda a razão de ser de uma pessoa surda, ou seja, eles não eram considerados como seres humanos, e sim como portadores de maldições. Oliver Sacks no seu célebre livro “Vendo Vozes”, nos aponta exatamente esse lado sombrio da história dos surdos: “A situação das pessoas com surdez pré-linguistica antes de 1750 era de fato uma calamidade”. Isto é, estavam condenadas ou ao isolamento, ou até mesmo à morte. A situação dos surdos era uma calamidade não só por causa do isolamento e das execuções, mas principalmente pela falta de respeito para com essas pessoas, visto que não eram aceitos como cidadãos portadores de direitos e deveres.

Até o fim da Idade Média, muitas atrocidades foram realizadas com os surdos, desde a maldição dos deuses até a condenação à fogueira. Comenta Zuleide Rodrigues em seu artigo sobre a realidade histórica dos surdos: “os surdos eram vistos como irracionais, não educáveis, pessoas castigadas pelas divindades, entre outros. Por causa disso eram forçados a fazerem trabalhos desprezíveis e condenados a viverem isolados”. É só aqui, no fim da Idade Média e inicio do Renascimento, que saímos da perspectiva religiosa para a perspectiva da razão, em que a deficiência passa a ser analisada sob a óptica médica e científica.
Consultas bibliográficas:
Ciampa,op.cit.1990,p.157
Levítico 19:14 Bíblia Sagrada NVI
Wikipédia, a enciclopédia livre
FELIPE, 2006, p. 127
SACKS, 1998, p. 27),
RODRIGUES, 2008)

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Cria em mim, ó Deus um coração puro!


"Pois do que há em abundância no coração, disso fala a boca"
Mateus 12.34b

Intérpretes! Diariamente precisamos clamar a Deus para que purifique nosso coração muito mais que nossas mãos. Ora, nossas mãos falam do que nosso coração está cheio parafraseando o texto de Mateus.
Temos aprendido ao longo da caminhada que as técnicas sem a unção de Deus não servem pra muita coisa. Saber LIBRAS, ter diplomas de cursos de interpretação, ter a proeficiência obtida pelo MEC ou ser graduado em Letras Libras, enfim, ser um profissional da área não garante que estamos sendo intérpretes aprovados pelo Senhor. Mais do que técnicas precisamos de unção de Deus! E um passo em direção a esse ideal é ter e manter um coração puro diante de Deus, pois Ele nos conhece como ninguém.


Nós interpretes de Deus, semanalmente lidamos com a Palavra de Deus que é Santa, nossas mãos transmitem a Verdade por meio da Lingua de Sinais e não podemos nunca deixar de fazer essa oração: Santifica meu coração Senhor! Cria em mim, ó Deus um coração puro!!!

Que nosso Deus nos desperte pra essa realidade, e creio sem dúvidas que seremos melhores intérpretes quando formos melhores servos. Deus o abençoe!!!